domingo, 30 de dezembro de 2007

Existe a construção enquanto que?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u551.jhtm

Crítica sobre uma peça que está em cartaz na cidade de São Paulo:

- Lorena da Silva está particularmente inconvincente em suas cenas de desespero, enquanto que Júlia Miranda e Ivone Hoffman, em papéis pequenos, estão apenas funcionais

A questão é sobre a construção "enquanto que". É cada vez mais comum ouvir a expressão em situações de fala informais, como nas conversas entre amigos. Essa tendência oral -já não é de hoje- migrou para a escrita.

Oralmente, se o contexto permitir, não há problema no uso de "enquanto que" (não custa reforçar: desde que o contexto de fala permita). Em textos mais formais, que exijam uma adequação maior à chamada norma culta, é melhor evitar a construção.

Em suma: a indicação de tempo sugerida pela conjunção "enquanto" já garante a articulação necessária entre as orações. Não há necessidade do "que" (que tem um papel apenas enfático).

- Lorena da Silva está particularmente inconvincente em suas cenas de desespero, enquanto Júlia Miranda e Ivone Hoffman, em papéis pequenos, estão apenas funcionais

Um abraço,
Paulo Ramos

Acentuação gráfica dos verbos

Os verbos seguem as regras de acentuação comuns. As oxítonas terminadas em a, e, o, em, ens levam acento. Ex.: vatapá, Paraná, Pará, Amapá, Macapá, Ceará, mugunzá; você, dendê, rapé, ralé; jiló, cipó, Maceió; armazém, vintém, refém, alguém, ninguém, porém; armazéns, parabéns, reféns. Então: será, dará, fará, contará, fingirá, manterá, reporá, intervirá; relê, revê, descrê; repô-la; dispô-la; avém (singular), avêm (plural); convém (singular), convêm (plural); desavém (singular), desavêm (plural); intervém (singular), intervêm (plural); provém (singular), provêm (plural); contém (singular), contêm (plural); mantém (singular), mantêm (plural); detém (singular), detêm (plural); atém (singular), atêm (plural); entretém (singular), entretêm (plural); retém (singular), retêm (plural); conténs, manténs, deténs, aténs, entreténs.

Os monossílabos tônicos terminados em a, e, o (seguidos ou não de s) também serão acentuados. Ex.: pá (s), pé (s), pó (s), Sé, ré (s), má (s), lá, cá, já, fé, chá (s), xá(s), dó, só (s), nó (s), Jô, Jó. Então: vá, dá, crê, dê, lê, vê, pô-lo.

A sílaba tônica dos hiatos êem leva acento: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, descrêem. Conforme você pôde ver, a regra acima aplica-se a verbos.

Voltaremos ao assunto.
Até o próximo.
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Trata-se de dois casos

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u548.jhtm

Duas dúvidas diferentes sobre um mesmo verbo:

- Não se tratam de viagens internacionais

- Se trata de um rascunho

Por partes.

A primeira apresenta um problema de concordância. O verbo"tratar", quando acompanhado de "se" e de "preposição" fica sempre no singular, mesmo que o trecho seguinte esteja no plural. Trata-se de uma pessoa, trata-se de várias pessoas, não se trata de uma pessoa, não se trata de várias pessoas

A explicação: o sujeito é indeterminado nesse tipo de construção. Por isso, o verbo fica no singular.

O segundo exemplo é um assunto que vai contra a forma como a língua é usada habitualmente. É comum no Brasil começar as frases com pronomes. Não há nenhum problema nisso. Mas na escrita mais formal, como num texto jornalístico ou na construção de um e-mail empresarial (caso do exemplo), é melhor seguir o que dizem as gramáticas normativas: use ênclise em início de frases (tradução disso: o pronome vem após o verbo).

Reescrevendo, então:

- Não se trata de viagens internacionais

- Trata-se de um rascunho

Um abraço,
Paulo Ramos

Greve é férias ou são férias?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u552.jhtm

A entrevista coletiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada nesta semana, rendeu farpas para os servidores públicos. Para o presidente, é a população que sai prejudicada com as greves deles, e não o governo.

O tema foi sintetizado desta forma numa manchete:

- Greve remunerada para o servidor são férias

A construção, do ponto de vista gramatical, está correta. Mas, até chegar a ela, a dúvida era se o verbo "ser" ficaria no singular ou no plural.

Há diferentes formas de concordância de "ser". A mais lembrada é a famosa frase "(nem) tudo são flores". Se a palavra que vier antes do verbo for um pronome, o melhor é o plural.

O exemplo sobre Lula é de uma outra regra. Se houver dois substantivos diferentes, um no singular e outro no plural, a tendência é priorizar a forma plural. É o caso da frase que abre a coluna, como também de orações tais como "a pátria são todos".

Muitas vezes, construções assim soam estranhas de se ler. Mas são possíveis do ponto de vista da norma culta.

Um abraço,
Paulo Ramos

De prostituta a fotógrafa

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u553.jhtm

A atriz Ângela Dip prepara uma nova peça para ser exibida em São Paulo. A frase abaixo fazia uma chamada para o assunto:

- Ângela Dip encena de prostituta à fotógrafa em São Paulo

Deve haver um paralelismo na construção "de... a".

Se a primeira preposição vier com artigo (de + a = da), a segunda parte também deve aparecer com artigo (a + a = à). Do contrário, usam-se só as duas preposições ("de" e "a").

Um exemplo para "traduzir" essa explicação:

- de 8h a 10h (há apenas as duas preposições, por isso não há crase)

- das 8h às 10h (como há preposição e artigo no início, deve ocorrer o mesmo na segunda parte; é o que justifica a crase)

Ocorre o mesmo raciocínio na frase sobre a atriz. Há somente a preposição "de" no primeiro termo. Logo, há só o "a" de preposição no segundo. Sem artigo, sem crase:

- Ângela Dip encena de prostituta a fotógrafa em São Paulo

Um abraço,
Paulo Ramos

De 1ª a 4ª séries

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u577.jhtm

Pesquisa do Ministério da Educação mostrou que apenas 62 escolas públicas do país alcançaram média semelhante à dos chamados países desenvolvidos.

A nota máxima atribuída pelo MEC era 6:

- Entre as escolas de 1ª à 4ª séries, apenas 166 obtiveram nota 6

O problema está no uso da crase.

O par "de... a" vem sem o sinal gráfico (de segunda a sexta, de 14h a 17h, por exemplo).

Logo:

- Entre as escolas de 1ª a 4ª séries, apenas 166 obtiveram nota 6

Para que ocorresse crase, deveria haver presença do artigo:

- da (de + a) 1ª à (a + a) 4ª séries.

Resumindo:

- de... a (sem crase)

- da... à (com crase, se a palavra seguinte permitir)

Um abraço,
Paulo Ramos

A concordância do casal

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u554.jhtm

A dúvida é de um jornalista. Ele queria saber se a concordância da frase abaixo estava de acordo com o que dizem as gramáticas:

- Quando receberam o convite para trabalhar em Lisboa há dois anos e meio, o casal Patrícia e Carlos não imaginavam os problemas que teriam para (não) registrar o fi­lho que viria a nascer em Portu­gal

É difícil e enganoso esse caso de concordância. O verbo tem de se ligar à palavra "casal", e não aos nomes Patrícia e Carlos.

Temos duas formas de resolver o problema.

A primeira e mais óbvia é colocar os verbos no singular, já que "casal" também está no singular:

- Quando recebeu o convite para trabalhar em Lisboa há dois anos e meio, o casal Patrícia e Carlos não imaginava os problemas que teria para (não) registrar o fi­lho que viria a nascer em Portu­gal

A outra opção é tirar o termo "casal" da frase. A concordância, então, passa a ser feita com os nomes Patrícia e Carlos, ou seja, no plural:

- Quando receberam o convite para trabalhar em Lisboa há dois anos e meio, Patrícia e Carlos não imaginavam os problemas que teriam para (não) registrar o fi­lho que viria a nascer em Portu­gal

Um abraço,
Paulo Ramos

A maioria das pessoas são tortas

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u318.jhtm

Causou muita estranheza esta manchete:

"A maioria das pessoas são tortas, afirma estudo"

As perguntas eram unânimes: não há, na frase, um problema de concordância? Não. Quando há um sujeito partitivo (que indica a parte de um todo, como maioria, minoria, grande parte), são aceitas duas construções:

- a maioria das pessoas são tortas (a concordância é com a palavra mais próxima, "pessoas");

- a maioria das pessoas é torta (a concordância é com o partitivo "maioria").

Concordo que soa melhor a forma no singular. É a que eu utilizaria. Mas isso não quer dizer que a manchete esteja errada. Apenas um cuidado: se o sujeito partitivo não vier especificado, como nos exemplos acima, a concordância fica no singular: a maioria é, grande parte é, a minoria é.

Um abraço,
Paulo Ramos

De que preciso

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u338.jhtm

"Para bater o Japão, reformas que o Brasil não precisa"

A frase apresenta um problema de regência. É um assunto complicado de explicar. Para ficar mais claro, é melhor escrever a frase acima de uma outra forma:

- O Brasil não precisa de reformas para bater o Japão

Nessa forma, fica mais fácil de perceber que, depois do verbo "precisar", vem a preposição "de", que some no exemplo que abre esta coluna. Esse é o problema. Reescrevendo:

Para bater o Japão, reformas de que o Brasil não precisa

Quando a frase tem um pronome relativo (palavra que pode ser substituída por "o/a qual"), é necessário saber se o verbo necessita de preposição. Em geral, ela vem antes do pronome relativo. Veja nestes exemplos:

É a mulher a que (= à qual) me refiro (eu me refiro a alguém)

É a mulher em que (= na qual) confio (eu confio em alguém)

É a mulher de que (= da qual) preciso (eu preciso de alguém)

É a mulher que (= a qual) amo (eu amo alguém; por isso, não tem preposição)

Um abraço,
Paulo Ramos

Mas e a vírgula

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u555.jhtm

A frase abaixo integra uma das matérias da chamada Operação Navalha, que movimentou o mundo político -e as manchetes- nos últimos dias:

- Mas, a empresa defendeu a conduta do governo anterior, alegando que a lei permite as licitações

A conjunção "mas" não admite vírgula depois, somente antes. Dois exemplos:

- A Polícia Federal apresentou provas contra o político, mas ele nega

- A investigação durou semanas. Mas apresentou resultados

O que gera dúvida é que outras conjunções semelhantes facultam o uso da vírgula quando a palavra aparece no início da frase. É o caso de "porém". Só não é o de "mas".

Revendo o trecho, então:

- Mas a empresa defendeu a conduta do governo anterior, alegando que a lei permite as licitações

Só um cuidado.

Se houver algum trecho intercalado ou oração em ordem invertida, usa-se vírgula. Mas por causa do trecho, e não da conjunção em si. Veja:

- Mas, mesmo assim (= trecho intercalado), ele foi denunciado

- Mas, se fosse feita de outra forma (= oração em ordem invertida), a investigação não chegaria aos mesmos resultados

Um abraço,
Paulo Ramos

Chamar atenção ou chamar a atenção?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u556.jhtm

O trecho a seguir se refere a uma resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as coligações feitas neste segundo mandato. Para Lula, diz o artigo, o cenário atual é o que se conseguiu construir após a abertura política:

- Chama a atenção sobretudo a desenvoltura conformista da resposta

Existe diferença entre "chamar atenção" (forma mais usada no país) e "chamar a atenção".

Há uma boa explicação sobre isso no "Houaiss". Segundo o dicionário, quando vem sem o artigo, significa "ser muito visível ou vistoso, dar na vista". Um caso:

- A roupa da modelo chamou atenção durante o desfile

Com o artigo, o sentido é outro. Indica repreensão, advertência. Exemplo:

- O fiscal de trânsito chamou a atenção do motorista

O caso que abre a coluna sugere que a resposta do presidente "salta aos olhos", "ganha evidência". Não se trata, portanto, de uma repreensão. Logo, sem o artigo:

- Chama atenção sobretudo a desenvoltura conformista da resposta

Merece registro que essa distinção quase não existe na língua oral e em situações mais informais de escrita.

Mas, em contextos mais formais, que exigem adequação à norma culta, é melhor seguir a orientação registrada pelo "Houaiss".

Um abraço,
Paulo Ramos

Distinguem ou distingüem?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u558.jhtm

Manchete que circulou neste encerramento de semana:

- Bebês distingüem mudança de idioma só pelas expressões faciais

O verbo "distinguir" vem sem trema em qualquer pessoa e tempo da conjugação. Eles distinguem, distinguiam, distinguiriam. Tudo sem o sinal gráfico.

Logo:

- Bebês distinguem mudança de idioma só pelas expressões faciais

Apesar de este caso vir sem trema, não custa reforçar que o sinal continua em vigor no país. Usa-se nas sílabas qüe, qüi, güe, güi quando pronunciadas de forma átona.

Um abraço,
Paulo Ramos

O que significa protagonizar?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u549.jhtm

A pergunta do título surgiu por causa desta frase:

- Protagonizada durante visita à exposição, a brincadeira traduz o ambiente da audiência do papa Bento 16 com Lula no Palácio dos Bandeirantes

Repetindo a pergunta: o que quer dizer "protagonizar"?

Segundo o dicionário "Houaiss", o verbo possui dois usos:

1. interpretar papel de personagem principal

Ex.: Protagonizado pelo premiado ator Eduardo Silva (o Bongô, do "Castelo Rá-Tim-Bum"), o espetáculo tem direção de Gpetean, o mesmo de "A Vida Íntima de Laura"

2. ser o agente principal de um ato ou acontecimento

Ex.: Segundo os cartolas, devido ao fato de Marco Polo del Nero ter investido na área após o escândalo protagonizado pelo juiz paulista Edilson Pereira de Carvalho, em 2005

"Protagonizar" não significa, portanto, o mesmo que "testemunhar", "presenciar", "ouvir"". Há pelo menos duas formas de alterar a frase que abre a coluna:

- Testemunhada durante visita à exposição, a brincadeira traduz o ambiente da audiência do papa Bento 16 com Lula no Palácio dos Bandeirantes

Ou:

- Presenciada durante visita à exposição, a brincadeira traduz o ambiente da audiência do papa Bento 16 com Lula no Palácio dos Bandeirantes

Um abraço,
Paulo Ramos

É imprescindível que se conceda (ou concedam?)

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u550.jhtm

A frase a seguir integra um artigo sobre igualdade de sexos. O autor defende que eliminar as diferenças entre homens e mulheres é um ponto importante para a prosperidade de uma nação:

- É imprescindível que se conceda às mulheres os mesmos direitos desfrutados pelos homens no trabalho, na propriedade e na política

O problema é de concordância. Mas, antes de abordar a concordância propriamente dita, é necessário dar uma passada rápida pelo território da regência.

Uma pessoa concede algo ou concede algo a alguém. O ponto que interessa é que, nas duas possibilidades de regência, o verbo permanece transitivo direto (aquele que normalmente vem sem a preposição).

Esse tipo de verbo, quando acompanhado de se, pode ficar no singular ou no plural. Vai depender do sujeito ao qual está ligado.

Na frase, o sujeito é "os mesmos direitos desfrutados pelos homens no trabalho, na propriedade e na política". Plural, portanto. Logo, o verbo também deveria ir para o plural:

- É imprescindível que se concedam às mulheres os mesmos direitos desfrutados pelos homens no trabalho, na propriedade e na política

Há um jeito mais fácil de perceber a concordância. É só reescrever a oração de uma outra forma, colocando o sujeito no início da construção:

- É imprescindível que os mesmos direitos desfrutados pelos homens no trabalho, na propriedade e na política sejam concedidos às mulheres

Esse rearranjo facilita muito a visualização do sujeito e também qual deve ser a concordância frase.

Fica a dica.

Um abraço

Paulo Ramos

Receio que

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u566.jhtm

Uma pesquisa traçou o perfil socioeconômico do homossexual brasileiro. Uma das conclusões é que ainda há poucos produtos voltados para esse segmento. Um dos motivos, segundo o estudo, é o medo de parte das empresas:

- O receio era de que o produto fosse visto como negativo pelo público GLS

Esse tipo de construção permite duas formas de escrita.

A primeira é sem a preposição "de".

A dica para perceber esse caso é substituir o trecho por "esse/essa/isso". Em geral, a preposição some. O receio era esse (e não desse). Logo:

- O receio era que o produto fosse visto como negativo pelo público GLS

A segunda forma de escrita é com o acréscimo de um "o" ou "a".

O artifício deixa a palavra "receio" implícita. Seria o mesmo que dizer "o receio era o (receio) de que". No exemplo:

- O receio era o de que o produto fosse visto como negativo pelo público GLS

A única forma que as gramáticas não registram é a escrita no início da coluna, "de que".

Há uma tendência oral e escrita pelo uso dela, o chamado "dequeísmo". Isso é fato.

Mas, em textos que exijam a norma culta, é melhor evitar.

Um abraço,
Paulo Ramos

Ibope se escreve com maiúscula ou minúscula?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u570.jhtm


Recebi coincidentemente duas dúvidas sobre o mesmo assunto. A frase abaixo sintetiza bem a questão:

- Record bate Globo na guerra do ibope

A dúvida era se a palavra "ibope" deveria ser escrita com inicial maiúscula ou se poderia aparecer do jeito como está na frase acima, em minúscula.

Há diferença.

Ibope, com letra maiúscula, refere-se ao nome do instituto de pesquisa que, entre outras coisas, mede a audiência dos programas de televisão.

Ibope, nesse sentido, é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Por isso, a inicial é maiúscula.

O nome ficou tão popular que foi incorporado aos dicionários, com dois sentidos principais: 1) idéia de prestígio (ter um doutorado dá ibope); 2) indicador de audiência.

O último caso se aplica à frase inicial. A idéia é que as duas emissoras travam uma forte disputa pela audiência. Só para reforçar, então:

- Record bate Globo na guerra do ibope

Provavelmente a pesquisa de audiência que pautou a reportagem foi aferida pelo Ibope. Nesse caso, com maiúscula, por ser referir ao instituto.

Um abraço,
Paulo Ramos

Pedir a / pedir para

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u571.jhtm


Manchete do dia:

- Lula pede para brasileiros pararem de falar mal do país

O verbo "pedir" possui diferentes regências.

Mas os dicionaristas ainda vêem com ressalvas a construção "pedir para".

Alguns aceitam a expressão somente se entre "pedir" e "para" estiverem implícitos os termos "licença", "permissão" ou "autorização" (que não é a situação do exemplo acima). Um caso:

- Como pedir para uma família autorizar a doação depois de um familiar morrer porque esperou horas na fila do hospital? (= pedir permissão para uma família autorizar)

Nos demais casos, vale reforçar, a orientação é para não utilizar "pedir para".

A recomendação pode parecer -e é- um preciosismo gramatical, principalmente porque a regra não encontra reforço no uso.

Mas, em textos que exijam uma adequação maior à norma culta, é melhor seguir a orientação dos dicionários. Logo:

- Lula pede a brasileiros que parem de falar mal do país

ou

- Lula pede que brasileiros parem de falar mal do país

Um abraço,
Paulo Ramos

Ao telejornal ele disse que (sem vírgula)

Dicas de Português
Por Paulo Ramos
http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u572.jhtm


- Ao telejornal, o senador disse que tem como provar a existência dos negócios

A frase traz um problema de vírgula.

A questão é que o objeto não se separa do sujeito com vírgula.

No caso acima, "ao telejornal" funciona como objeto indireto (uma pessoa diz algo a alguém). Sem vírgula, portanto:

- Ao telejornal o senador disse que tem como provar a existência dos negócios

Aparecer no início da oração não muda a regra.

A confusão sobre esse caso tem origem no advérbio.

Locuções adverbiais longas, em ordem invertida, pedem vírgula.

Um caso hipotético:

- Na tarde de ontem, o senador disse ao telejornal que tem como provar a existência dos negócios ("na tarde de ontem" = locução adverbial)

Advérbio e objeto são casos diferentes.

O objeto se liga ao sujeito sem a vírgula, qualquer que seja a ordem.

Um abraço,
Paulo Ramos

Períodos compostos

(por Alexandre Garcia Trindade)

Existem dois tipos de período composto:

1) por subordinação
2) por Coordenação

O período composto por subordinação é aquele o qual já expliquei no email anterior. Só lembrando, nesse tipo de período há uma relação sintática entre a oração principal e a oração subordinada. Essa última pode ser substantiva, adjetiva ou adverbial.

O período composto por coordenação é aquele em que as orações não têm relação sintática, ou seja, elas não se relacionam e, dessa forma, nenhuma delas é subordinada à outra. Elas não dependem uma da outra. Tente isolar as orações, ignorando a conjunção, e você vai ver que elas tem sentido. Já nas orações subordinadas isso normalmente não acontece.
Por exemplo
Fui ao refeitório e peguei outro bolinho (temos uma oração coordenada)
Tente dividir o período em duas orações:
Fui ao refeitório
Peguei outro bolinho

Perceba que as orações acima tem sentido, pois uma não depende sintaticamente da outra.

Já com as orações subordinadas não é bem assim. Veja:

Sinto necessidade de que você me ajude (Temos uma oração subordinada)
Tente dividir o período em duas orações:
Sinto necessidade
Você me ajude

Ficou meio sem sentido. Na primeira oração, por exemplo, fica a dúvida: Sinto necessidade de que?
Isso acontece porque nessa orações há relação sintática. Um delas é subordinada à outra e NÃO coordenada, como no outro exemplo.


No período composto por coordenação as orações podem ser:
2.1) Sindéticas: são iniciadas por conjunção coordenativa: são iniciadas por conjunção coordenativa. Podem ser de cinco tipos (Aditivas, adversativas, conclusivas, explicativas ou alternativas) Veja abaixo a explicação para essa classificação que achei na net.)
2.2) Assindéticas: NÃO são iniciadas por conjunção coordenativa.
Ex.
Vim, vi, venci.
Observe que são três orações pois temos 3 verbos. Elas não se ligam sintaticamente, ou seja, nenhuma delas é sujeito, objeto direto, adjunto advérbio, predicativo, etc uma da outra. Então elas não mantêm relação sintática. Logo elas são coordenadas. Nesse caso acima, não há conjunção ligando as orações. Dizemos então que são assindéticas. Poderíamos dizer então que o período acima é composto por orações coordenadas assindéticas.

um grande abraço
Alexandre Tridade

Obtido em http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/coordenadas.shtml

Dicas de português
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- Orações Coordenadas


DÍLSON CATARINO
especial para o Fovest Online

Hoje estudaremos as orações coordenadas, que são orações independentes sintaticamente, ou seja, não há qualquer relação sintática entre as orações do período. Quando houver essa relação, a oração será chamada de subordinada.

Há dois tipos de orações coordenadas:

1) Orações Coordenadas Assindéticas:

As orações coordenadas assindéticas são as não iniciadas por conjunção coordenativa.

Ex:Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.

* Observe que as orações são totalmente independentes; uma não depende da outra; estão formando um conjunto em ordem, por isso são chamadas de coordenadas.

2) Orações Coordenadas Sindéticas:

São cinco as orações coordenadas sindéticas, iniciadas por uma conjunção coordenativa.

A)Aditiva: A oração coordenada sindética aditiva exprime uma relação de soma, de adição. É iniciada por uma conjunção coordenativa aditiva ou por uma locução conjuntiva coordenativa aditiva. São elas:e, nem, mas também, mas ainda.

Ex: Não só reclamava da escola,mas também atenazava os colegas.
Esse garoto não estuda nem trabalha.

B)Adversativa: A oração coordenada sindética adversativa exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição. É iniciada por uma conjunção coordenativa adversativa ou por uma locução conjuntiva coordenativa adversativa. São elas: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.

Ex: Sempre foi muito estudioso,no entanto não se adaptava à nova escola.
Faça tudo o que quiser fazer,porém seja consciente de seus atos.

C)Alternativa: A oração coordenada sindética alternativa exprime idéia de opção, de escolha, de alternância. É iniciada por uma conjunção coordenativa alternativa ou por uma locução conjuntiva coordenativa alternativa. São elas: ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer.

Ex:Estude,ou não sairá nesse sábado.
A juventude atual ora reclama ora atrapalha.

D)Conclusiva: A oração coordenada sindética conclusiva exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração. É iniciada por uma conjunção coordenativa conclusiva ou por uma locução conjuntiva coordenativa conclusiva. São elas:logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois. A conjunção pois será conclusiva quando estiver após o verbo ou entre vírgulas.

Ex:Estudou como nunca fizera antes,por isso conseguiu a aprovação.
O Vasco é o melhor time do Brasil hoje em dia,por isso está na final do campeonato.
O relógio é de ouro; não enferruja,pois.

E)Explicativa: A oração coordenada sindética explicativa exprime uma explicação. É iniciada por uma conjunção coordenativa explicativa. São elas:porque, que, pois. A conjunção pois será explicativa quando estiver antes do verbo.

Ex:Conseguiu a aprovação,pois estudou como nunca fizera antes.
O Vasco está na final do campeonato,porque é o melhor time do Brasil hoje em dia.
O relógio não enferruja,pois é de ouro.


Marie, veja esse outro material também:

Obtido em http://www.gramaticaonline.com.br/gramatica/janela.asp?cod=94
Período Composto
.
Período Composto
Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos compostos:

1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêm relação sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintaticamente independentes entre si.
Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei.
2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subordinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal.
Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto)

Período Composto por Subordinação

A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

I. Orações Subordinadas Substantivas:
São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se)
A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.
Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva:
verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. É necessário que façamos nossos deveres.
verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.
Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer .

Ex. Convém que façamos nossos deveres.
verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.

B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.
(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta.

Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.
(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.

Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.
(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal.


Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.

E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.


Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal.
(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.


Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:
Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)
Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)
Perguntou-se quando ele chegaria.
Não sei onde coloquei minha carteira.


II. Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo. São duas as orações subordinadas adjetivas:

A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas.
Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.
Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio.

B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, explicando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A explicativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada.



III. Orações Subordinadas Adverbiais

São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.
Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.
Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido
Conjunções: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.
Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era).

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão.
Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.
Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição.
Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade.
Conjunções: como, conforme, segundo.
Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência.
Conjunções: (tão)... que, (tanto)... que, (tamanho)... que.
Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.
Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal.
Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.
Conjunções: a fim de que, para que, porque.
Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção.
Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais.
À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.
IV. Orações Reduzidas
quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.


Período Composto por Coordenação
Um período composto por coordenação é formado por orações coordenadas, que são orações independentes sintaticamente, ou seja, não há qualquer relação sintática entre as orações do período.
Há dois tipos de orações coordenadas:

1. Orações Coordenadas Assindéticas
São as orações não iniciadas por conjunção coordenativa.
Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.
2. Orações Coordenadas Sindéticas

São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.

A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.
Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.
Ex. Não só reclamava da escola, mas também atenazava os colegas.
B) Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.
Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.
Ex. Sempre foi muito estudioso, no entanto não se adaptava à nova escola.

C) Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.
Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.
Estude, ou não sairá nesse sábado.

D) Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.
Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas.
Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso conseguiu a aprovação.

E) Explicativa: Exprime uma explicação.
Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.
Ex. Conseguiu a aprovação, pois estudou como nunca fizera antes.

Alemão, Siri e regência

Dicas de Português
Por Paulo Ramos http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u573.jhtm

Notícia deste início de semana: terminou o namoro entre Alemão e Siri, ex-integrantes do Big Brother Brasil, da TV Globo.

Segundo a matéria que noticiou o assunto, Alemão diz que a ex-BBB mudou após a saída do programa:

- "A caipira que eu me apaixonei na casa não é mais a mesma"

Frases iniciadas por pronome relativo ("que", no caso) exigem um cuidado especial.

É necessário observar a regência do verbo que aparece na oração.

Se esse verbo tiver preposição, ela deve ser usada antes do pronome relativo. Alguns exemplos:

- É a mulher a que me refiro (me refiro a alguém)

- É a mulher a que obedeço (obedeço a alguém)

- É a mulher que amo (amo alguém; não há preposição)

Na citação do ex-integrante do BBB, ele diz que, um dia, apaixonou-se por Siri. Com preposição, portanto:

- "A caipira por que eu me apaixonei na casa não é mais a mesma"

Apenas para registro: pode ser também "por quem me apaixonei".

Um abraço,
Paulo Ramos

Pisar a grama ou na grama?

Dicas de Português
Por Paulo Ramos http://noticias.uol.com.br/educacao/dicasport/ult2781u575.jhtm

Uma charge, publicada pela "Folha de S.Paulo", mostrava autoridades de diferentes países estáticas, prontas para serem fotografadas.

O humor estava em George W. Bush. No desenho, o presidente norte-americano estava em cima da grama e posava ao lado desta placa:

- Não pise na grama

Um leitor do jornal questionou se a frase não trazia um problema. Não seria pisar a grama?

Os gramáticos mais "puristas" argumentam que não se deve usar preposição quando "pisar" tem sentido de caminhar ou colocar os pés sobre algo.

Os dicionários, no entanto, registram as duas formas: com a preposição e sem ela.

Resumindo: tanto faz.

Mas é bem mais coloquial e comum ao brasileiro a forma com a preposição "em", como mostram expressões como "pisar em ovos" e "pisar nos calos dos outros" (lembradas pelo pesquisador Celso Luft).

Só para reforçar, então:

- Não pise na grama

Um abraço,
Paulo Ramos


Voz Ativa e Passsiva

A minha dica infalível é a seguinte (by Tula):

1ª encontre o verbo ( verbo sozinho OU locução verbal) Ele será transitivo DIRETO (vtd) ou DIRETO E INDIRETO (vtdi).
2ª Encontre o Objeto Direto.
3ª - Coloque o Objeto direto como SUJEITO
4ª Antes do verbo (que estava na voz ativa) conjuque o verbo SER no mesmo tempo e modo que o verbo da voz ativa. E com a pessoa que combine com o "novo sujeito" - ou seja se o objeto direto estiver no singular o verbo SER estará no singular, se estiver no plural... SER no plural.
Se for locução verbal o SER fica no MEIO da locução.



(by Eliezer)Existem umas dicas que, infelizmente, não lembro totalmente:

Da ativa pra passiva:

1 - O número de verbos aumenta em uma unidade;
2 - O verbo a mais será sempre o penúltimo, que virá antes do verbo principal e será um verbo de ligação;
3 - O verbo de ligação na voz passiva ficará no mesmo tempo do verbo principal da voz ativa

Ex: O governo não criou o problema (ativa)
O problema não foi criado pelo governo (passiva)

Dicas pra concurso:
1 - O verbo TER é muito cobrado e, como não é verbo de ligação, só aparece em uma voz se aparecer na outra;

2 - Os verbos da ativa não "somem" é hipótese alguma ao irem pra passiva. Só é introduzido outro, logo antes do verbo principal.

Da passiva pra ativa, é só fazer o contrário do que está acima.

Isso é o que estou lembrando de cabeça. Com essas regras não é preciso ficarmos quebrando a cabeça tentando mudar a frase pra outra voz, basta vermos os verbos e tempos deles usados. Muitas vezes colocam frases quase impossíveis de mudarmos de voz, mas seguindo as dicas dá pra descobrir a resposta só analisando os verbos.

Espero ter ajudado e se alguém identificar algo que faltou, favor corrigir, hehehe.

Lhe

Lhe
O lhe nem sempre é objeto indireto.

Talvez vá soar estranho, mas veja o exemplo abaixo:

Não lhe entendo as palavras

Nesse caso, o lhe funcionou como pronome possessivo e sua função sintática é adjunto adnominal.

O sentido dessa frase é algo do tipo: Não entendo as suas palavras

um grande abraço

Alexandre Trindade

Verbos novos (e horríveis)

Ricardo Freire

Não.... por favor!!!! Nem tente me disponibilizar alguma coisa, que eu não quero. Não aceito nada que pessoas, empresas ou organizações me disponibilizem. É uma questão de princípios.

Se você me oferecer, me der, me vender, me emprestar, talvez eu venha a topar. Até mesmo se você tornar disponível, quem sabe, eu aceite.

Mas, se você insistir em disponibilizar, nada feito.

Caso você esteja contando comigo para operacionalizar algo, vou dizendo desde já: pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Eu não operacionalizo nada para ninguém e nem compactuo com quem operacionalize.

Se você quiser, eu monto, eu realizo, eu aplico, eu ponho em operação. Se você pedir com jeitinho, eu até implemento, mas operacionalizar, jamais. O quê? Você quer que eu agilize isso para você? Lamento, mas eu não sei agilizar nada. Nunca agilizei. Está lá no meu currículo: faço tudo, menos agilizar.

Precisando, eu apresso, eu priorizo, eu ponho na frente, eu dou um gás. Mas agilizar, desculpe, não posso, acho que matei essa aula.

Outro dia mesmo queriam reinicializar meu computador. Só por cima do meu cadáver virtual. Prefiro comprar um computador novo a reinicializar o antigo.

Até porque eu desconfio que o problema não seja assim tão grave. Em vez de reinicializar, talvez seja o caso de simplesmente reiniciar, e pronto.

Por falar nisso, é bom que você saiba que eu parei de utilizar. Assim, sem mais nem menos. Eu sei, é uma atitude um tanto radical da minha parte, mas eu não utilizo mais nada. Tenho consciência de que a cada dia que passa mais e mais pessoas estão utilizando, mas eu parei. Não utilizo mais. Agora só uso. E recomendo. Se você soubesse como é mais elegante, também deixaria de utilizar e passaria a usar.

Sim, estou me associando à campanha nacional contra os verbos que acabam em "ilizar".

Se nada for feito, daqui a pouco eles serão mais numerosos do que os terminados simplesmente em "ar".

Todos os dias, os maus tradutores de livros de marketing e administração disponibilizam mais e mais termos infelizes, que imediatamente são operacionalizados pela mídia, reinicializando palavras que já existiam e eram perfeitamente claras e eufônicas.

A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis.

Depois que você fica alérgico a disponibilizar, como vai admitir, digamos, "viabilizar"?

É triste demorar tanto tempo para a gente se dar conta de que "desincompatibilizar" sempre foi um palavrão.

Precisamos reparabilizar nessas palavras que o pessoal inventabiliza só para complicabilizar.

Caso contrário, daqui a pouco nossos filhos vão pensabilizar que o certo é ficar se expressabilizando dessa maneira. Já posso até ouvir as reclamações: "Você não vai me impedibilizar de falabilizar do jeito que eu bem quilibiliser".